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Kill La Kill

Louco! Kill La Kill tem no Netflix, assistam que é doido.

Eu não manjo de animes, mas eu gosto de como os japoneses criam coisas que me fazem perguntar: céus, onde estavam com a cabeça?

Kill La Kill é esse conceito elevado à última potência — tanto que eu adoraria só olhar o processo criativo das pessoas envolvidas, só ficar no cantinho, olhando como eles chegam à conclusão de que um determinado personagem precisa ter mamilos e ânus com brilhos cor-de-rosa.


É revigorante como o anime não tem uma mensagem, não tem uma lição de moral, não tem um dramalhão psicológico/emocional, não se leva a sério, tá pouco se fodendo com o que pensam dele, não se importa em ser inteligente, edificante, nada — a única regra de Kill La Kill parece ser o: foda-se. 

A história não faz sentido? Foda-se. Tem muita teta? Foda-se. Tem muito sangue? Foda-se.

É um exercício enlouquecido de criatividade adrenalínica pra todos os lados — tanto que sua parte mais controversa, o fanservice (vide as mina/os mino tudo pelado) é tão surreal de extremamente exagerado que em determinado momento, ele nem incomoda mais (eu, homem branco, heterossexual falando) porque parece claramente que aquilo é uma escolha pra ser um exagero bruto e parte da própria história retardada que a série se propõe.

Tanto que eles mesmo abordam em diversos momentos a falta de roupa: como a protagonista reclamando que precisa estar pelada, outros personagens acusando ela de ficar de 'bunda de fora' e etc). E em determinado momento ela simplesmente diz: foda-se, vou vingar meu pai nessa história muito louca, e se precisar ficar pelada, dane-se, vou ficar e vou arrancar a cabeça de todo mundo.

Enfim, Kill La Kill é foda. O fato da série ser 'vazia' em termos de querer ser qualquer coisa é o que torna genial — acaba sendo justamente uma injeção ensandecida de adrenalina desenfreada para que nós possamos curtir.

E essa loucura desenfreada está em todos os aspectos da série: animação, história, lutas, narrativa, personagens. Tudo, tudo no universo de Kill La Kill é de um exagero louco delicioso.

Foda!

Atualização: assistam ao Video Quest, pois aparentemente há mais do que eu vi na série. =D E isso é legal.



Bruno Portella

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