Péssimo nome, o original é mais elegante e tem muito mais a ver com o que é o filme: a invenção da mentira.
Num mundo em que todos dizem a verdade, um homem fracassado descobre que pode mentir e isso muda o mundo à sua volta.
A ideia (e o nome abrasileirado) me deu a impressão de que eu veria uma comédia leve e desbocada; basicamente um oposto perfeito ao maravilhoso Mentiroso do Jim Carrey. Ora, Ricky Gervais é o meu humorista preferido de hoje em dia, natural que viesse uma puta comédia dele.
Sendo meu preferido, eu deveria ter suspeitado que ele não escolheria o jeito mais fácil e óbvio de fazer o filme; e no leito de morte da sua mãe, quando ele finalmente conta a maior mentira do filme, fiquei absolutamente comovido com a ternura do filme. Porra, Gervais; que mania de me emocionar quando não deveria!
(A cena é ainda mais incrível se levarmos em consideração quem é o Ricky Gervais e como sele posiciona sobre Deus e religiões).
Mas se isso ajuda a engrandecer essa cena em específico, diminua um pouco o restante da tiração de sarro com ~certas religiões, de tão comum que é nos seus shows. Sem deixar de ser certeiro e muito boa, no entanto.
Vale muito a pena porque não escolhe ir pelo mais óbvio.
Bruno Portella