Acabo de voltar de um recital de música renascentista – em especial o alaúde, aqui perto no Centro Cultural Vergueiro (delícia de lugar, pena que está em reformas).
Num canto improvisado de uma biblioteca, armaram filas de cadeiras em estádio, um banquinho, algumas luzes e a mulher com seu alaúde – Fernanda Bertinato.
Pra variar, é um assunto que eu não domino e não tenho o menor conhecimento (primeiro de música renascentista e, segundo, de música propriamente dita). Eu ponho isso, pois vou expor aqui de onde me vem esse gosto particular pela música renascentista – exoneração, pois a bem da verdade, nem sei se as músicas que me levaram à esse gosto são, de fato, renascentistas; são semelhantes e por isso comecei a gostar.
Veio dos jogos, claro.
Duas em particular, eram as músicas que no começo dos anos 2000, eu escutava à exaustão por conta de jogos: Tristram Song, por causa do primeiro Diablo e Stones, por conta de Ultima Online.
Fora todo o restante do repertório de Ultima Online que tocava demais, posto que eu não jogava pouco, era uma música que cabia bem no contexto, essa coisa contemplativa, antiga, medieval, aventurosa e lendária.
Daí, o gosto evoluiu quando conheci o projeto fora do tempo do Ritchie Blackmore, o tal do Blackmore’s Night. Que conheci sem saber do que se tratava – eu tinha esse costume de ir à loja de CDs e comprar álbums por que a capa era legal, nessa brincadeira comprei o álbum Under A Violet Moon, só por que achei a capa divertida. Surpresa: era música renascentista de cabo a rabo, meu senhor como eu escutei esse CD até riscar.
Graças ao Google, descobri mais sobre o projeto que era, de fato, uma releitura bastante fiel de clássicos renascentistas além de composições novas. Não deu outra, comprei todos os CDs e DVDs.
Isso deu uma arrefecida até que comecei a jogar (com empenho juvenil) Skyrim que tem toda essa ambientação medieval e com uma música toda de alaúde, contos e lendas cantadas por bardos em tavernas.
De novo, talvez as músicas citadas aqui nada tenham a ver com o recital de hoje, mas na minha cabeça está tudo ali. Conectados.
E dá-lhe.
Bruno Portella