O filme Drive é um longa que basicamente oscila bruscamente entre uma delicadeza impressionante para uma violência desenfreada dentro da mesma cena. O filme fala de um cara cuja essência mais básica é a de dirigir; trabalhando de dublê em filmes de ação e motorista contratado para roubos, a sua vida profissional dá espaço para seu relacionamento adolescente e tímido com a sua vizinha, cujo marido está na prisão. Daí então, tudo começa a dar errado. Tudo. E ele, que em seus acordos, nunca se envolve nos crimes, acaba sendo próxima vítima do dono de uma pizzaria (que obviamente é muito mais do que isso).
Eu que esperava um filme de perseguições de carro, explosões, aquela gama variada de clichês de ação, encontrei um filme absurdamente diferente – mesmo em suas cenas de perseguição, elas são muito mais inteligentes do que apenas correr e correr e correr. Não somente isso, o personagem principal, de pouquíssimas palavras, consegue tornar todas as cenas em que aparece em cenas tensas – mesmo quando não está esmagando a cabeça de alguém a pontapés – nem que seja um simples almoço dado para ser tranquilo, torna-se tenso com seu meio-sorriso amarelo que confere uma sopa de climão a toda interação.
Frequentemente você está tentando se esconder – seja de agonia pela cena, ou pela tensão gerada. E seu estilo completamente reto e certinha de ser e de caminhar combina perfeitamente com sua contrapartida violenta e sem pena de algozes. Bom pra caralho, em suma.
A película, aliás, é adaptação de um livro de 2005 do escritor James Sallis, também chamado Drive – e ele já preparou uma sequência, chamada Driven para 2012. E claro, o diretor dinamarquês, já tá afim de fazer uma sequência. Acho justo. Se for tão bom quanto o primeiro, valerá mutcho a pena.
Bruno Portella
Eu que esperava um filme de perseguições de carro, explosões, aquela gama variada de clichês de ação, encontrei um filme absurdamente diferente – mesmo em suas cenas de perseguição, elas são muito mais inteligentes do que apenas correr e correr e correr. Não somente isso, o personagem principal, de pouquíssimas palavras, consegue tornar todas as cenas em que aparece em cenas tensas – mesmo quando não está esmagando a cabeça de alguém a pontapés – nem que seja um simples almoço dado para ser tranquilo, torna-se tenso com seu meio-sorriso amarelo que confere uma sopa de climão a toda interação.
Frequentemente você está tentando se esconder – seja de agonia pela cena, ou pela tensão gerada. E seu estilo completamente reto e certinha de ser e de caminhar combina perfeitamente com sua contrapartida violenta e sem pena de algozes. Bom pra caralho, em suma.
A película, aliás, é adaptação de um livro de 2005 do escritor James Sallis, também chamado Drive – e ele já preparou uma sequência, chamada Driven para 2012. E claro, o diretor dinamarquês, já tá afim de fazer uma sequência. Acho justo. Se for tão bom quanto o primeiro, valerá mutcho a pena.
Bruno Portella
