Carta ao Bruno pelo Tempo: Cixin Liu e seus livros
Fabuloso. Fantástico. Amedrontador.
Sempre gostei de ficção científica. Estamos mesmo sozinhos? Vida inteligente fora da terra.
Esse livro vai dar uma visão extremamente pessimista, ou realista, do real motivo pelo qual estamos sozinhos, quase como uma solução para o Paradoxo de Fermi. Mas ele equilibra essa conclusão assustadora com certos momentos singelos e muito humanos, embora o final do livro seja mesmo a destruição de tudo.
É impressionante os exercícios de futurismos aplicados pelo autor, a inventividade dele é realmente assustadora; o tanto de coisa que ele projeta que poderia acontecer a partir dos eventos que ele coloca em movimento é realmente impressionante. Não só porque ele projeta uma linha, mas ele mostra essa projeções de diversos ângulos que interagem entre si até culminar em grandes eventos daqui a cem, duzentos, quinhentos anos adiante.
Tudo a partir de algo muito simples: o que aconteceria se uma civilização inteligente fora da terra atendesse nossa chamada de telefone.
As projeções do livro em torno do que a humanidade vai fazer, a quantidade de grupos diferentes que teriam ideias completamente diferentes, como governos atuariam, como a ciência evoluiria, como a sociologia, a cosmologia, a religião e todo estrato social se comportaria diante de várias situações absolutamente aterradoras. E também em momentos absolutamente hesitosos e felizes.
São três livros densos, de muita ciência, muito desenvolvimento racional, mas sermpre temperado com momentos singelos de pura humanidade e até amor. É um pouco curioso que eu até lembre deles. Mas acho que é uma prova do quão bem escrito é esse livro, pois os momentos bonitos e singelos em que a humanidade se revela prodigiosa é tão raro no livro, em contraste com o progresso racional fortemente descrito no livro, que é justamente pelo fato dele ter escrito esses momentos tão bem, que ao final de tudo a gente se lembre de todos eles, mesmo soterrados pelo tanto de ciência e lógica ao redor.
Também é incrível e louvável o esforço que o autor faz em tentar nos fazer compreender e até visualizar alguns conceitos totalmente complexos (como tetradimensões). Tá de parabéns.
Gostei demais. Já aceito como a resposta mais plausível para o Paradoxo de Fermi. Não estamos sozinhos, e é melhor que ninguém atenda nossa chamada.
Ou vamos virar panquecas.
Quero mais.