Pular para o conteúdo principal

Duna

Carta ao Bruno pelo Tempo: Duna

Você adorou esse livro.

Foi o livro que você considera ter sido aquele que te tirou de quase uma década sem ler. E é verdade.

A trama de Duna é inquietante, com todas as tramas e disputas de poder de um Império Galático baseado totalmente em um única recurso, as especiarias. E todas as consequências ao redor de sua produção, seus impactos, seus usos e tudo o mais. Fascinante.

Também é fascinante como o autor esconde as reais intenções entre os personagens, mas os revela através dos pensamentos no texto. O uso dos pensamentos é mesmo fascinante e coloca uma outra camada maravilhosa e bem mais complexa à dinâmica entre todos.

Que é basicamente a descrição do que há de melhor no livro: a ideia da 'finta dentro de finta'. Todos os personagens estão tramando e a maneira com que isso é exposto e desenvolvido é maravilhoso.

A descrição do mundo é riquíssima e quase ficamos com sede lendo o livro.

O primeiro livro tem um desfecho épico e muito impressionante.

O segundo livro seguem os acontecimentos depois do primeiro e vai fazer com que a gente compreenda melhor a profundidade das viagens lisérgicas e temporais do uso viciado na especiaria por Paul. É muito interessante. Um livro mais curto, mas muito viajado e solto. Naquela ideia de finta sobre finta, o final do segundo livro é brilhante.

E quando vamos para o terceiro livro, somos apresentados aos filhos de Paul (Os Herdeiros de Duna), a lenta perdição de Alia, expondo outro dos possíveis problemas do uso desenfreado das especiariais, bem como a evolução sociológica e até ecológica que as melhorias em Duna tem produzido no planeta e na sua população. E se esse livro tem uma jornada menos lisérgica do que o anterior, seu final é completamente fantástico e improvável. Causando até certa estranheza com o destino final de Leto, quando ele alcança o seu Caminho Dourado. Quase chega a ser outro gênero e é provocante tentar consolidar a ficção científica e a fantasia de quem Leto se torna.

Em poucas palavras. É bom demais. Gostamos muito.

Ainda vamos atacar os demais livros, mas por enquanto é só.

Postagens mais visitadas deste blog

1Q84

Pediram pra eu ler. Quem pediu, tinha crédito por ter indicado outras coisas muito boas. Daí eu li. Também já tinha ouvido falar do livro, não lembro quando. Também já tinha visto a capa, não lembro onde. Tenho usado o Goodreads pra manter um acompanhamento dos livros que voltei a ler e o primeiro caso que criei foi que cadastrei ele como IQ84 e não 1Q84. É diferente. E eu realmente achei que fosse IQ, como se tivesse a ver com quoficiente de inteligência e não com uma data. Logo no começo do livro, entendi que se passava em 1984, então o primeiro mistério eu resolvi: era 1Q84, referente ao ano. Bastava prestar melhor atenção na capa. Mas essa bobagem foi o primeiro momento de abrir a boca e falar sozinho: a, tá! Burro, você pode pensar. Mas por mim tudo bem. Troquei o registro no Goodreads pensando que eu era mesmo burro. Daí voltei pro livro. Gosto de ler livros ouvindo música instrumental. Nesse caso, como era nos anos 80 e ambientado no Japão, eu procurei uma lista de músicas adequ...

De Bolsão à Montanha da Perdição [O Começo do Desafio Éowyn]

Preciso fazer exercício. Decidi caminhar. De Bolsão até a Montanha da Perdição, como fez Frodo e o herói Samwise. Aqui vai meu diário contando a minha quilometragem real com a de Frodo e seus amigos na Terra-Média, de acordo com o registro do Desafio Éowyn [ Link ] 5 de Maio de 2025 Bruno Aniversário do amor da minha vida. O céu estava com poucas nuvens. Voltei a trabalhar depois de um feeriadão (1 de Maio na quinta, que ganchei na sexta). Recebemos a família dela pela primeira vez em São Paulo. Foi lindo demais. Cansamos horrores. Hoje eu caminhei enquanto assistia dois episódios de Dragon Ball Z, o final da batalha contra o Kid Buu. Goku usou a Genki Dama para vencer.  Fiz 1.1 quilômetros caminhando bem tranquilo Pouquíssimo, claro. Mas pra quem nunca anda, estou feliz. Cenário do Filme Basicamente saí de Bolsão, dei a volta nele como fizeram Frodo e seus amigos, e passei por um portão em direção à uma rua ao Sul do Condado. E vamos até Mordor! Um dia eu chego. Não tenho tanta pr...

Onze Anos Depois: Voltei

Depois de onze anos (aproximadamente), sinto que finalmente voltei a ler livros . Eu costumava dizer que Em Busca do Tempo Perdido , do Proust, me traumatizou ao ponto de eu nunca mais ler direito. Antes disso, eu lia muito. Pelo menos para os meus próprios padrões, estava sempre com um livro, uma página tosca fazendo anotações. Lia no ônibus, nas paradas de ônibus, às vezes na rua, parava em Centros Culturais ou cafés para ler, interrompia alguns almoços pra dar uma olhada e até perdia a hora de sono enquanto lia alguma coisa. Depois do Proust, nunca mais. E colocava a culpa no Proust. Onze anos depois, percebo que não foi só culpa do francês. A verdade é que eu gastei onze anos da minha vida lendo o Twitter. E isso ocupou minha mente mais do que deveria, assim como talvez tenha alimentado a vontade de ler que habitava em minha mente. Até então eu a saciava com livros, a partir ali de 2011, sinto que alimentei essa vontade com micro-textos pretensiosos na rede. Uma tragédia. Eu sei, h...