Pular para o conteúdo principal

Inventando Anna (2022)

Uma herdeira alemã engana um tanto de rico tonto de Nova Iorque em busca de seu sonho de criar um clubinho dos muito ricos.

Acontece que aparentemente ela não é herdeira de nada e não paga nenhuma conta, faz com que todo mundo pague as coisas por ela.

Mais uma história de golpista na Netflix (como o Golpista do Tinder) que termina sem atender as expectativas que cria. Eu nem sei qual expectativa que eu crio pra essas coisas, mas confesso que do meio pra frente, passado o momento de pensar "céus, que menina insuportável, como podem ser tão burros?", eu passo a pensar: "como rico é tonto, tem mais é que se ferrar mesmo".

Mas o final do docudrama é um envolvimento emocional totalmente inexplicável entre o advogado e a jornalista para com ela; é inexplicável e incompreensível a maneira como a garota convence todo mundo a fazer absolutamente tudo por ela. A série não consegue 'explicar' porquê isso acontece e como pessoas de experiências de vida completamente diferentes são 'convencidas' por ela a fazerem tudo por ela.

Mais do que isso, o docudrama não estabelece aquilo que me deixa mais curioso nesses golpes: qual é a engenharia social ou esperteza que esses golpistas fazem para não pagar, para convencer os outros a pagarem e assim por diante. 

É instigante pela história, é divertido pelo tanto de rico que é enganado (uma categoria particularmente favorita minha), tem atuações quase que desnecessariamente excelentes para um docudrama meio qualquer coisa.

(Aliás, o sétimo ou o oitavo episódio é uma aberração à parte. O episódio faz o tempo todo o uso de algumas transições parecidas com quadrinhos que até então não havia usado em momento nenhum e é literalmente 40 minutos de corte pra lá e pra cá em forma de quadros. É terrível, parece um exercício de estilo que destoa totalmente do resto dos episódios, num entendi foi nada.)

Sei lá, termina e eu num sei se gostei não.



Postagens mais visitadas deste blog

1Q84

Pediram pra eu ler. Quem pediu, tinha crédito por ter indicado outras coisas muito boas. Daí eu li. Também já tinha ouvido falar do livro, não lembro quando. Também já tinha visto a capa, não lembro onde. Tenho usado o Goodreads pra manter um acompanhamento dos livros que voltei a ler e o primeiro caso que criei foi que cadastrei ele como IQ84 e não 1Q84. É diferente. E eu realmente achei que fosse IQ, como se tivesse a ver com quoficiente de inteligência e não com uma data. Logo no começo do livro, entendi que se passava em 1984, então o primeiro mistério eu resolvi: era 1Q84, referente ao ano. Bastava prestar melhor atenção na capa. Mas essa bobagem foi o primeiro momento de abrir a boca e falar sozinho: a, tá! Burro, você pode pensar. Mas por mim tudo bem. Troquei o registro no Goodreads pensando que eu era mesmo burro. Daí voltei pro livro. Gosto de ler livros ouvindo música instrumental. Nesse caso, como era nos anos 80 e ambientado no Japão, eu procurei uma lista de músicas adequ...

De Bolsão à Montanha da Perdição [O Começo do Desafio Éowyn]

Preciso fazer exercício. Decidi caminhar. De Bolsão até a Montanha da Perdição, como fez Frodo e o herói Samwise. Aqui vai meu diário contando a minha quilometragem real com a de Frodo e seus amigos na Terra-Média, de acordo com o registro do Desafio Éowyn [ Link ] 5 de Maio de 2025 Bruno Aniversário do amor da minha vida. O céu estava com poucas nuvens. Voltei a trabalhar depois de um feeriadão (1 de Maio na quinta, que ganchei na sexta). Recebemos a família dela pela primeira vez em São Paulo. Foi lindo demais. Cansamos horrores. Hoje eu caminhei enquanto assistia dois episódios de Dragon Ball Z, o final da batalha contra o Kid Buu. Goku usou a Genki Dama para vencer.  Fiz 1.1 quilômetros caminhando bem tranquilo Pouquíssimo, claro. Mas pra quem nunca anda, estou feliz. Cenário do Filme Basicamente saí de Bolsão, dei a volta nele como fizeram Frodo e seus amigos, e passei por um portão em direção à uma rua ao Sul do Condado. E vamos até Mordor! Um dia eu chego. Não tenho tanta pr...

Onze Anos Depois: Voltei

Depois de onze anos (aproximadamente), sinto que finalmente voltei a ler livros . Eu costumava dizer que Em Busca do Tempo Perdido , do Proust, me traumatizou ao ponto de eu nunca mais ler direito. Antes disso, eu lia muito. Pelo menos para os meus próprios padrões, estava sempre com um livro, uma página tosca fazendo anotações. Lia no ônibus, nas paradas de ônibus, às vezes na rua, parava em Centros Culturais ou cafés para ler, interrompia alguns almoços pra dar uma olhada e até perdia a hora de sono enquanto lia alguma coisa. Depois do Proust, nunca mais. E colocava a culpa no Proust. Onze anos depois, percebo que não foi só culpa do francês. A verdade é que eu gastei onze anos da minha vida lendo o Twitter. E isso ocupou minha mente mais do que deveria, assim como talvez tenha alimentado a vontade de ler que habitava em minha mente. Até então eu a saciava com livros, a partir ali de 2011, sinto que alimentei essa vontade com micro-textos pretensiosos na rede. Uma tragédia. Eu sei, h...