Eu não entendo nada de política, mas às vezes penso. Desculpa o texto grande.
Hoje parece ser um dia histórico no país. Capítulo triste, ao meu ver, pois o país elegeu um fascistoide.
Sofro demais por todas as pessoas que estão com medo do que pode acontecer (e elas estão); não de graça, pois basta pegarmos o que ele e seus aliados tem DITO e DEFENDIDO durante toda sua candidatura. É duro.
Me parece que nos resta duas coisas a fazer agora: resistir e também torcer.
Torcer para que nossas instituições sejam robustas o suficientes para impedir que ele faça tudo que defende (e não tenho convicção disso), ou que a realidade o faça mudar muitas de suas ideias (o que desagradaria demais boa parte de seus votantes), coisa de que eu também acho improvável pois são 30 anos sendo exatamente o que ele é. Mas torçamos de todo modo, principalmente pelas instituições. Mas torcer depende de coisa além da gente.
E resistir. É aqui que nossas energias precisam estar. Isso não acabou hoje. A discussão vai continuar.
Pois parece que foi justamente a gente não conversar sobre política que nos trouxe nesse dia de hoje. Foi não escutar o que as pessoas estão falando e ficar fechado dentro das nossas narrativas próprias.
Então de agora em diante sinto que precisamos continuar falando. Compartilhando. Contestando. Buscando a verdade e as opções reais. Ouvindo também as agonias de quem tá do lado.
Vou tentar.
Resistir também será pra mim ser uma rocha para quem estiver com medo ao meu redor. Queimar nosso cosmo e resistir por elas e com elas.
Vou tentar.
Tentar também compreender como milhões de pessoas simplesmente desconsideraram discursos odiosos, falas fascistas, estratégias à base de mentiras e cinismo para votar em um candidato despreparado. Muitas são ruins mesmo, seres humanos horrorosos, isso existe. Mas quero crer que não são todos, e que há muitos nutridos de um sentimento fortíssimo. O antipetismo.
Não sei nada de política, mas tenho a impressão de que o PT fez por onde (corrupção profunda) para que houvesse uma fermentação pela mídia desse sentimento forte o suficiente para que as pessoas não ligassem que o candidato seja fascistoide, desde que seja uma alternativa forte ao PT.
E é importante observar isso. Observar que o PT fez muitos avanços no país, de fato, mas a que custo e de que forma? E não acho que seja apenas a larga escala de corrupção do partido (pois muitos outros partidos também são tão ou até mais sujos), mas sinto também que o PT criou uma narrativa de que eles estavam sempre certos e os outros foram sempre 'fascistas' (e agora quando surgiu um de verdade, ninguém deu bola).
O custo do modo que esses avanços foram feitos parece o dia de hoje. E teremos quatro anos (com sorte), para vermos se valeu a pena tudo isso ter sido assim ou não. Quando se fala em autocrítica, a mim, fico com essa impressão: de que o partido precisa voltar a ouvir o que as pessoas sentem e deixar de tentar impor narrativas porque acredita ser o certo. Sei lá, é impressão que eu tenho.
E finalmente, onde está a responsabilidade de cada um de nós de deixar que o país seja governado por um fascistoide? O que mais eu poderia ter feito pra ajudar o entorno? Eu poderia ter escutado, perguntado, compartilhado com mais consciência. Poderia ter mais consciência.
Virou presidente um homem despreparado com uma campanha na base do cinismo, do ódio, da divisão, na base de mentiras, pois valia tudo contra o que elegeram de ameaça. Seus defensores dirão: o PT faz igual.
Foda-se, talvez seja mentira; e ainda que fosse verdade, tornaram-se tão podres quanto, achando-se muito melhores.
Eu vou tentar ser melhor que tudo isso e encontrar alternativas para essa distopia toda.
Mas eu num sei de nada.
Hoje parece ser um dia histórico no país. Capítulo triste, ao meu ver, pois o país elegeu um fascistoide.
Sofro demais por todas as pessoas que estão com medo do que pode acontecer (e elas estão); não de graça, pois basta pegarmos o que ele e seus aliados tem DITO e DEFENDIDO durante toda sua candidatura. É duro.
Me parece que nos resta duas coisas a fazer agora: resistir e também torcer.
Torcer para que nossas instituições sejam robustas o suficientes para impedir que ele faça tudo que defende (e não tenho convicção disso), ou que a realidade o faça mudar muitas de suas ideias (o que desagradaria demais boa parte de seus votantes), coisa de que eu também acho improvável pois são 30 anos sendo exatamente o que ele é. Mas torçamos de todo modo, principalmente pelas instituições. Mas torcer depende de coisa além da gente.
E resistir. É aqui que nossas energias precisam estar. Isso não acabou hoje. A discussão vai continuar.
Pois parece que foi justamente a gente não conversar sobre política que nos trouxe nesse dia de hoje. Foi não escutar o que as pessoas estão falando e ficar fechado dentro das nossas narrativas próprias.
Então de agora em diante sinto que precisamos continuar falando. Compartilhando. Contestando. Buscando a verdade e as opções reais. Ouvindo também as agonias de quem tá do lado.
Vou tentar.
Resistir também será pra mim ser uma rocha para quem estiver com medo ao meu redor. Queimar nosso cosmo e resistir por elas e com elas.
Vou tentar.
Tentar também compreender como milhões de pessoas simplesmente desconsideraram discursos odiosos, falas fascistas, estratégias à base de mentiras e cinismo para votar em um candidato despreparado. Muitas são ruins mesmo, seres humanos horrorosos, isso existe. Mas quero crer que não são todos, e que há muitos nutridos de um sentimento fortíssimo. O antipetismo.
Não sei nada de política, mas tenho a impressão de que o PT fez por onde (corrupção profunda) para que houvesse uma fermentação pela mídia desse sentimento forte o suficiente para que as pessoas não ligassem que o candidato seja fascistoide, desde que seja uma alternativa forte ao PT.
E é importante observar isso. Observar que o PT fez muitos avanços no país, de fato, mas a que custo e de que forma? E não acho que seja apenas a larga escala de corrupção do partido (pois muitos outros partidos também são tão ou até mais sujos), mas sinto também que o PT criou uma narrativa de que eles estavam sempre certos e os outros foram sempre 'fascistas' (e agora quando surgiu um de verdade, ninguém deu bola).
O custo do modo que esses avanços foram feitos parece o dia de hoje. E teremos quatro anos (com sorte), para vermos se valeu a pena tudo isso ter sido assim ou não. Quando se fala em autocrítica, a mim, fico com essa impressão: de que o partido precisa voltar a ouvir o que as pessoas sentem e deixar de tentar impor narrativas porque acredita ser o certo. Sei lá, é impressão que eu tenho.
E finalmente, onde está a responsabilidade de cada um de nós de deixar que o país seja governado por um fascistoide? O que mais eu poderia ter feito pra ajudar o entorno? Eu poderia ter escutado, perguntado, compartilhado com mais consciência. Poderia ter mais consciência.
Virou presidente um homem despreparado com uma campanha na base do cinismo, do ódio, da divisão, na base de mentiras, pois valia tudo contra o que elegeram de ameaça. Seus defensores dirão: o PT faz igual.
Foda-se, talvez seja mentira; e ainda que fosse verdade, tornaram-se tão podres quanto, achando-se muito melhores.
Eu vou tentar ser melhor que tudo isso e encontrar alternativas para essa distopia toda.
Mas eu num sei de nada.