Hoje em dia eu costumo ir a filmes sem ler sua sinopse, ver seus trailers — vou pelo título, capa e elenco.
Pois fui nesse de curioso — porque era o novo filme do Woody Allen; e nem sou fã do Woody Allen. Não vi seus clássicos, vi um ou outro mais recente e achei bacana (Vicky Cristina), mas também achei o mais recente um porre (alguma coisa Azul com a Blanchett). Fui de curioso.
E nos 40 primeiros minutos eu não conseguia acreditar no filme que eu tava vendo — um saco dos pés à cabeça, parecia um sonho molhado de um cinquentão. Ele é visto por todos como super inteligente, tem uma puta fama, chega num lugar e fica todo mundo querendo dar pra ele, principalmente a menininha que além de querer dar pra ele magicamente faz todas as perguntas certas pro tormento artístico do professor.
Surreal assim e eu me perguntava: que porra de filme absurdo é esse? A certas tantas, eu achei que ao final seria tudo um sonho de tão bizarro que era tudo aquilo.
Até que acontece um evento na história do personagem central e a trama nem muda completamente, mas adiciona nesse sonho molhado de cinquentão um conflito excelente! Que não conto, pois agrada demais acompanhar.
E o filme que num dia ruim eu teria largado na metade sem compreender tanto tempo construindo esse sonho do cara mais velho de ser admirado e chupado por novinhas, terminou de maneira excelente e curiosa. Me lembrou um dos livros que eu mais gosto de ter lido de todos os tempos e que, inteligente, o filme inclusive cita em seu terço final.
Bacana, bacana. Vale a pena, aguentem o começo que depois o filme ganha valor.
Pensamentos posteriores: o que é legal do filme é que ele é esquisitamente onírico, parece um sonho mesmo tudo que acontece na vida do protagonista — a forma como as meninas se entregam pra ele tão facilmente, tomando a dianteira e etc., parecem frutos de sua própria imaginação. E isso é muito dissonante dos eventos que tornam o filme interessante, e por isso a coisa tudo fica legal. É tudo muito simples, tudo muito fácil, tudo muito rápido — não tem escalada dramática nenhuma e isso torna o filme curiosamente bom. Pelo menos pra mim.
Gostei disso da coisa não combinar direito.
Pensamentos posteriores: o que é legal do filme é que ele é esquisitamente onírico, parece um sonho mesmo tudo que acontece na vida do protagonista — a forma como as meninas se entregam pra ele tão facilmente, tomando a dianteira e etc., parecem frutos de sua própria imaginação. E isso é muito dissonante dos eventos que tornam o filme interessante, e por isso a coisa tudo fica legal. É tudo muito simples, tudo muito fácil, tudo muito rápido — não tem escalada dramática nenhuma e isso torna o filme curiosamente bom. Pelo menos pra mim.
Gostei disso da coisa não combinar direito.
Bruno Portella