Bruce Willis não consegue salvar a humanidade em Armageddon; esse filme é basicamente uma continuação espiritual de um universo paralelo de Armageddon em que tudo dá errado e o asteróide vem mesmo pra Terra (parece piada, mas o começo do filme é justamente o anúncio que uma expedição ao Asteróide para destruí-lo falhou, oras, só podia ser a trupe do Willis).
Mas esse filme não tem nada a ver com aquele. O Mundo vai acabar, não tem o que fazer. Steve Carrel se vê largado pela mulher e então precisa lidar com as próximas 3 semanas.
Comédia sensacional na primeira parte, road trip na segunda. O filme tem isso de girar o tom toda hora e dentro de cada gênero, vai te surpreender dentro de vários clichês bobos com algumas surpresinhas super gostosas.
Vale demais a pena! O Carrel sempre escolhe uns filmes super esquisitos e bacanas pra fazer. Despretensioso, gosto demais disso (foi uma bomba de bilheteria, fracasso total, hahaha).
A partir daqui tem spoilers, porque deu vontade. =D
O filme é doido porque muda de tom radicalmente do meio pro final; o começo é uma comédia hilariante com situações sensacionais das pessoas lidando de uma maneira muito convincente com o final do mundo (a festa na casa de família é sensacional!), dando a impressão de que o filme vai explorar justamente esse lado de um apocalipse.
Mas não, e é justamente porque o começo do filme é sensacional de engraçado, que é chocante quando ele simplesmente abandona tudo isso pra virar um road trip esquisito, até finalmente virar um romance brego e bizarro.
É como se a narrativa do filme também fosse doida como um apocalipse, em que todos os planos pouco importam no final (o filme abandona a comédia, assim como protagonista desiste de seu grande plano).
E dentro de tanto clichê, é super legal quando o filme vira algumas situações e te surpreende - como as crianças bebendo, o roupante de drogas da família corretinha, ou lá pro final, quando o Steve abandona seu plano de reencontrar a namoradinha de infância, ou então quando faz uma idiotice sem tamanha pra no dia seguinte encontrar a faxineira de novo na sua casa.
E finalmente, seu fim em que o filme quase flerta com um terror; uma cena clichê, boba, super romantiquinha na cama, mas cortada pelo barulho de fundo dos asteroides caindo e a garota morrendo de medo (de cortar o coração)
Bruno Portella