Elysium. Elíseo. Eliseu.
Chame como quiser, o filme de ficção científica com alguns brasileiros muito bem destacados traz a tão batida (e necessária) crítica social do abismo que separa ricos e desfavorecidos, mas encerra em uma certa bundamolice broxante. Pena.
Elysium traz o diretor de Distrito 9, Neil Blomkamp, novamente para pavimentar uma distopia que grita e estica ainda mais a profundidade entre os favorecidos e os desfavorecidos num planeta Terra decadente. E consegue criar no início da projeção uma Los Angeles tão fodida e horrível que dá agonia daquele deserto improvisado, onde até mesmo os prédios decrépitos simulam uma favela de 200 andares com fios improvisados cruzando o céu.
O contraponto é uma estação-oásis em forma de estrela de Davi onde os abastados-coxinhas vivem uma vida de sonho, paz e cápsulas curativas de qualquer doença (muito bem controlado por um conselho que define o que é ou não um cidadão).
E o conflito que vai unir os dois mundos é a necessidade de Matt Damon de se curar em uma dessas estações por conta de uma exposição letal à radiação. Daí a necessidade da ajuda de Wagner "Spider" Moura que faz um controlador clandestino que busca levar aeronaves não reguladas da Terra ao Elíseo (a melhor coisa do filme depois da incrível ambientação de Neil Blomkamp, sensacional!).
O filme é uma dessas ficções científicas sujas e degeneradas que são interessantíssimas, embora a trama seja bastante insossa o que é uma pena e, novamente, o encerramento se dá de forma extremamente covarde - vale a pena ver o filme por conta da sujeira, mas principalmente por que o Wagner Moura destróe na telinha. Eita!
Bruno Portella