Jesse Eissenberg (o Mark Zuckerberg dos cinemas) faz um truque de cartas logo no início do filme - aquele clássico, escolha uma carta enquanto eu passo elas muito rapidamente. Logo depois, ela aparece na iluminação de um prédio atrás dele.
Era a mesma que eu tinha escolhido. =D
O garoto e mais três ilusionistas são convidados por sabe-se lá quem para um grande truque. Um truque de mestre - e seguem-se roubos a bancos feito de forma absolutamente magistrais e toda a galera do FBI e Interpol atrás deles.
O filme é muito divertido - um 'prenda-me se for capaz' muitíssimo bem feito e empolgante. Se você se desarmar pra ver o filme, terá diversão em dobro - em certa feita eu tinha certeza de que era mil vezes mais inteligente que a polícia e que eles estavam insultando minha inteligência seguindo tão descaradamente pistas falsas. Mas não era bem assim. =D
A participação de Michael Caine e Morgan Freeman é deliciosa - dois titãs duelando de forma muito coadjuvante na tela é de tirar o chapéu. Os protagonistas se completam em suas personalidades e o filme, em nenhum momento, se deixa levar para um entediante romance barato entre dois deles (existe um flerte rápido e igualmente rapidamente descartado logo no início - pelo bem dos Horsemen). E não podemos considerar a interação da francesa (deliciosa, puta que pariu, shoshana incrível) com o Hulk uma vez que não há a menor tensão sexual entre ambos (embora isso TAMBÉM seja flertado rapidamente durante um interrogatório). Tanto que o beijo entre eles (não interfere na história, relaxa) é mais frio que lago congelado (nem precisava).
Mas o balanço final é positivíssimo - consegue, assim como outros filmes de mágico (como O Grande Truque, que é genial, e O Ilusionista, que é OK), transpor essa arte de forma muito competente pro cinema; já que é uma armadilha mortal, uma vez que tudo pode (e é, na verdade) um truque de câmera. Então usar os truques como uma artimanha para grandes furtos é uma fórmula original e que dá muito certo.
E esse ceticismo da sétima arte é posto em cheque quando o desgraçado acerta a minha carta dentro da tela - eu, aqui sentado na minha poltrona, ele lá, quebrando a quarta parede. Fantástico!
Segue o trailer abaixo:
Bruno Portella