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Vampiros e Purpurina

A escritora Stephenie Meyer está, fiquei sabendo há pouco tempo (em 2008), na lista dos 20 mais vendidos do mundo – da qual conheço apenas dois: Khaled Housseini, do tocante Caçador de Pipas e Paulo Coelho, do ótimo…

Sem dúvidas que a escritora sabe criar um romance impossível (puxa, que novo); mas o fato da impossibilidade estar na relação afetivo amorosa entre vampiros e seres humanos, isso sim começa a se tornar interessante – algo como o cordeiro que se apaixona pelo lobo. Problema é que a escritora ou não sabe muito bem sobre os filhos da noite, ou propositadalmente os ignora por completo – ousada, mas o caminho que ela escolhe pra deitar sua ousadia é triste!


Musa!

Seus vampiros brilham à luz do dia. Sim. Brilham como se tivessem acabado de sair de um desfile de escola de samba: glitter pelo corpo inteiro.

Vamos repetir a sentença: eles brilham à luz do dia e ficam ‘lindos’ (fala da personagem principal). Por esse motivo fogem para não serem vistos entre a sociedade e então chamarem a atenção, afinal – pah!

Céus, os Vampiros não brilham à luz do sol; eles viram pó, cinza, queimam, morrem. Qualquer direção diferente tomada a partir disso tem, por obrigação, ser mais interessante – e com as desculpas das vampiretes, brilhar ao toque do sol está longe disso.

O filme intriga ainda mais – a maquiagem vampírica dos personagens Frios (Cold Ones) chega a ser constrangedora. São brancos como cadáveres, mas a maquiagem é porca e parece pancake de Halloween – chega a dar vergonha alheia de vê-los entrando em cena e todo mundo fingindo não ver aquela maquiagem ridícula. Faria todo sentido os vampiros terem aquela aparência (mas cá entre nós, vamos caprichar, aquela maquiagem era digna de filmes b ou trashes – tanto que o vampiro mais interessante do filme é justamente o líder da outra gang: negro, e então a maquiagem não se aplica).

Não fosse esse problema, os Vampiros são super-heróis (vilões, na rara boa sacada de Edward, o vampiro camarada) e têm poderes. Cada um deles tem uma especialidade (que mal chega a ser desenvolvido no filme) e os efeitos especiais só os tornam ainda mais ultrajantes e patéticos – tão constrangedores quanto a maquiagem.

Os fãs alegam: o livro é melhor que a película. Não tenho dúvidas disso, mas não redime o filme de ser constrangedor – e, claro, a sequência ‘Lua Nova’ já está sendo produzida, socorro (tudo já acabou, ainda bem).

Se você gosta de vampiros, não veja o filme. Se você gosta de Ashton Kutcher, não veja o filme. Se você gosta de Stephenie Meyer, use essa desculpa para ver o filme.

De qualquer forma, espere passar na Globo, a interpretação da dublagem o tornou melhor do que deveria ser em inglês.

Bruno Portella, 2008

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