(Texto resgatado)
Bukowski é daqueles escritores direto, fácil, delicioso, filho da puta e cômico. Misto-Quente e Hollywood são dois capítulos distintos do alter-ego do autor: Henry Chinaski. Chinaski é Bukowski, e vice-versa.
O sanduba de presunto (Ham on Rhye, no original) fala da infância perturbada de Chinaski – pais americanizados: uma mãe engraçada e submissa a um pai escravo de valores tradicionais e violento por necessidade – pelo menos é o que eu lembro. Chinaski é uma criança qualquer que passa fome: cresceu demais, tem punhos pequenos, embora encaixe bons golpes, curte a solidão, escreve algumas histórias escabrosas e sofre de terríveis erupções cutâneas.
Já vivendo, desde pequeno, a vida pensando o mínimo possível – como diria um Chinaski já bem mais velho, quando de uma entrevista sua dada a uma revista qualquer de cinema, à noite da festa de première de seu roteiro (ou argumento).
E Hollywood é sobre isso. Uma transa deliciosa de Bukowski com os trâmites escuros dos becos elegantes do cinema – até sua estreia (chupa essa, gramática!). Os dois livros pouco têm em comum, a não ser seu personagem central e sua vida boêmia – ainda que Hollywood aborde um filme que fala da vida de Chinaski sob outro pseudônimo: James Beam (ou algo do tipo), o argumento trata de um outro momento não contemplado no sanduba de presunto.
O que torna a dupla de livros uma ótima passada pela vida do homem que só não morreu porque Sarah o fez trocar os destilados pelo vinho. E abaixo eu curto colocar esse momento terno do homem com uma de suas mulheres.
Como era feio esse diabo.
Bruno Portella
Bukowski é daqueles escritores direto, fácil, delicioso, filho da puta e cômico. Misto-Quente e Hollywood são dois capítulos distintos do alter-ego do autor: Henry Chinaski. Chinaski é Bukowski, e vice-versa.
O sanduba de presunto (Ham on Rhye, no original) fala da infância perturbada de Chinaski – pais americanizados: uma mãe engraçada e submissa a um pai escravo de valores tradicionais e violento por necessidade – pelo menos é o que eu lembro. Chinaski é uma criança qualquer que passa fome: cresceu demais, tem punhos pequenos, embora encaixe bons golpes, curte a solidão, escreve algumas histórias escabrosas e sofre de terríveis erupções cutâneas.
Já vivendo, desde pequeno, a vida pensando o mínimo possível – como diria um Chinaski já bem mais velho, quando de uma entrevista sua dada a uma revista qualquer de cinema, à noite da festa de première de seu roteiro (ou argumento).
E Hollywood é sobre isso. Uma transa deliciosa de Bukowski com os trâmites escuros dos becos elegantes do cinema – até sua estreia (chupa essa, gramática!). Os dois livros pouco têm em comum, a não ser seu personagem central e sua vida boêmia – ainda que Hollywood aborde um filme que fala da vida de Chinaski sob outro pseudônimo: James Beam (ou algo do tipo), o argumento trata de um outro momento não contemplado no sanduba de presunto.
O que torna a dupla de livros uma ótima passada pela vida do homem que só não morreu porque Sarah o fez trocar os destilados pelo vinho. E abaixo eu curto colocar esse momento terno do homem com uma de suas mulheres.
Como era feio esse diabo.
Bruno Portella