Estou até agora esperando o momento em que Oblivion se torna tão terrível a ponto de justificar as opiniões contrárias até agora. E o filme já terminou há duas horas. Por enquanto continuo com o mesmo sentimento de quando terminou: troféu joinha pro filme, bom, bacanudo – até indico, vá ver!
A invasão dos scavengers na Terra leva a humanidade ao cataclisma dumal – o primeiro ataque, pra desespero dos lobos, é em nosso satélite artificial, destruindo aquela que gostamos como Lua (alô Psantos, lembra do nosso papo na sexta? Sinistro.). Como diz um dos personagens mais adiante: o resto, a natureza tratou de desbalancear jogando a humanidade na completa desolação. Logo após, os caras ainda invadiram o nosso planeta jogando-nos a todos numa guerra que só foi vencida quando se decidiu usar toda e qualquer bomba nuclear. A guerra foi vencida, o planeta se tornou inabitável.
A solução: mudar-se para Titã, satélite de Saturno. Programão.
Jack Harper e sua mulher Vika são um dos que ficam pra trás afim de garantir que a extração dos oceanos se complete garantindo energia suficiente para abastecer a colônia terráquea em Titã. Pedaço de bolo, não? Não, alguns scavengers remanescentes da Guerra, agora como verdadeiros piratas, ainda vivem na noite sabotando robôs e se metendo em altas confusões.
E é nessa solidão, atormentado por memórias que deveriam ter sido apagadas de sua mente (daí o título Oblivion), que Jack começa a ir mais a fundo em sua relação com Vika e principalmente com aquele planeta que lhe é tão caro e querido. Acontecimento atrás de acontecimento começam a lhe coçar as memórias teoricamente apagadas, até que se permite determinados desvios de conduta que o carregam cada vez mais próximo de um completo desentendimento de sua própria realidade.
A queda da nave Odyssey da qual Jack consegue salvar uma das tripulantes transtorna sua percepção de cabeça pra baixo – onde, daí em diante, Jack se vê inserido dentro de algo completamente fora de seu controle.
Eu curti demais o filme. Me entreguei, torci, fiquei puto, atirei junto, desviei, apertei o botão, me surpreendi.
Três coisas ajudaram bastante para que eu curtisse o filme desde o começo: o visual futurista limpo e simplista é bastante sutil na relação com o ambiente natural que todos ali vivem – as coisas se complementam bem tranquilamente.
A trilha sonora é um show! Deliciosa. Me lembrou demais a trilha do Jim Guthrie no jogo Swords and Sorcery, o uso do sintetizador meio psicodélico, uma coisa entre o pop e a psicodelia, bem moderno (olha eu falando de trilha, quêisso!). Vou adicionar na minha playlist pra escrever no Grooveshark com certeza!
E o terceiro ponto foi o sentimento que fiquei de despretensão – as coisas simplesmente vão acontecendo; e me senti mais envolvido dessa forma (diferente de Prometheus, por exemplo, que é totalmente contemplativo e não exatamente muito bom – embora eu, que sou fácil demais, também tenha me divertido =D).
No-mais, curti! Ficção Científica sem desesperos de efeitos tecnológicos muito fantasticulosos, uma história bacaninha, fácil, não enxerguei nada grotescamente fora do eixo, como se gritasse na tela. Não, filme correto. Bom. Um vilão que vai se transformando conforme o filme avança, me lembrou bastante GLADoS de Portal (mas sem o principal charme de GLADoS, que é o seu humor delicioso) - olha as referências.
Vá ver esse Tom Cruise científico – ele está distante daqueles roupantes enfurecidos que geralmente tem, está contido, mas cabe direitinho dentro do seu personagem.
E se não gostar, também: Obliviate!
Bruno Portella, eterno Lufa-Lufa