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Django Libre

DJ Ango é bom? Nesse mundo binário, Django não é ruim – longe disso. Mais que isso, Django é divertidíssimo. Vale o ingresso, valem as risadas.

A sinopse é mais ou menos essa: o negro escravo se vê livre junto de um caçador de recompensas que vê nele uma oportunidade de ganhar ainda mais – envolvido com Django, o alemão aceita partir na própria quest do ex-escravo: resgatar sua mulher de um senhor de terras no sul dos EUA.


Não sou desses conhecedores e punheteiros do Tarantino – todo filme dele que sai, eu tento ver, por que eu sei que dá pra se divertir bem. Principalmente por que ele tem um estilo bem cinema, uma linguagem muito cinematográfica muito própria das telonas, roteiros originais e, acima de tudo isso: personagens absolutamente carismáticos e ótimos.

Neste Django, o protagonista é sidekick do alemão repetente Christoph Waltz que faz o sensacional Dr. King Schultz (é o mesmo cara que fez o fenomenal Landa) e nemesis branco do escroto monsieur Candie (DiCaprio sensacional). Na dupla, talvez devesse ser o contrário, o alemão ser o wingman de Django, mas a bem da verdade é que Jamie Foxx é ok no papel, talvez seja bom, mas quando o alemão é tanto melhor, ele fica um pouco nhé. Tanto que o filme perde um pouquinho de força quando ele precisa resolver as coisas sozinho.

No más, o filme é realmente bom, uma boa história e ótimos personagens. Mas a fórmula do Tarantino já tá cansando um pouco. Essa coisa de escolher bem a trilha sonora (e as músicas são ótimas), principalmente mesclando temas completamente esquisitos, mas dentro de um contexto harmônico (como os assovios de Morricone, o southern rock, o soul de James Brown ou o Rap batidão); esses vícios de câmera dos zooms corretivos no close dos personagens, essa centena de citação e filmes que ele gosta. ( são todos pontos que ele faz com talento irrepreensível, mas são todas as coisas que nós sempre já sabemos que ele vai fazer). É a previsibilidade de algo ótimo – que de tão previsível, não chega a ser tão bom. Ainda que seja ótimo. =D

Parece que Tarantino não quer fazer nada mais diferente, não quer inovar, nem nada, quer só se divertir – e isso é válido demais, pois nos diverte um tanto quanto. Portanto, vale a visita.

Só não é o melhor dele, nem o melhor do ano, nem o melhor de nada. E por isso que é bom. Só bom. Mas bom também é bom, vai.

Bruno Portella

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