Tudo o que você precisa saber sobre Inkheart está na sinopse. Um homem tem um dom: ao ler um romance em voz alta, ele consegue dar vida àquela determinada passagem. Pronto, aí está tudo. Uma ótima idéia, pegue sua caneta e faça sua própria história, pois este filme nos decepciona muito em desperdiçar as mil possibilidades.
De Mágico de Oz, poderia trazer o engraçadalho Espantalho, ou o desajeitado Homem de Lata, ou o paradoxal Leão Covarde – mesmo a carismática Dorothy seriam opções melhores para o insosso Totó que o autor escolheu por na história de Inkheart – só pra ter o contrapeso ‘ohnn, que tchuchuco do caralho’.
De outros livros, saem Minotauro, um Unicórnio (que pode ser de qualquer livro que tenha Unicórnios), macacos voadores (que ainda forço a cabeça pra lembrar de onde são) e outros seres esrtanhos com menos atenção e desenvolvimento na tela.
O filme/história foca mesmo em trazer e apresentar os personagens de um romance fictício, existente apenas dentro da história, cujo nome é… Inkheart – ou Coração de Tinta. Ah vá!
Sem graça. Não tem o peso que teria ao trazer personagens do imaginário comum para conviverem juntos (quando Farid, dos 40 Ladrões entra na história e correlaciona os eventos com sua própria história, ficamos imaginando as infinitas possibilidades de trocas de experiências entre, por exemplo, Gollum e Jekill, por que não?).
O filme tem um pontapé legal, uma idéia bem sacada. É divertido, e não tem medo de escolher um final feliz pra todos os personagens possíveis, com uma saída plausível e interessante. Mas fiquei com a impressão de que talvez Inkheart, o livro dentro do livro/filme seja mais interessante que a obra principal.
Mas o livro da obra principal deve ser melhor que o filme principal, como toda boa adaptação deve ser: incapaz de superar o original.
Fosse eu um Silver Tongue desses, eu traria o pessoal de Canopus prum papinho. Ah traria.
Bruno Portella